Como seriam as cidades se os governos escutassem as crianças além dos adultos? Teriam menos carros, mais natureza, mais espaços para brincar, boas escolas, enfim, seriam lugares mais acolhedores para todos os que vivem nelas. Isso é o que diz A Cidade das Crianças, projeto criado pelo educador e cartunista italiano Francesco Tonucci, em 1991.
💡 Cartunistas desenham cartuns, desenhos bem-humorados e críticos ao comportamento humano. Tonucci inventou o personagem Frato, um menino que observa o mundo de forma cuidadosa e tem sempre algo precioso para dizer sobre a escola, a família e a sociedade.
Esse professor mostrou que as crianças têm um papel muito importante nas mudanças que devem acontecer nas cidades justamente porque elas não foram ouvidas na formação desses espaços. Tonucci defende que meninas e meninos são seres sociais e que por isso devem participar do governo, redesenhando e ocupando o espaço urbano. Uma cidade para crianças não é violenta ou perigosa, ao contrário, é cuidadora e acolhe também os idosos e as pessoas com deficiência.
As crianças não são cidadãs do futuro, ensina Francesco Tonucci, mas cidadãs do “aqui e agora”. Com elas, as prefeitas e os prefeitos assumem o compromisso de resolver as questões das cidades e, para isso acontecer, os adultos aprendem a ouvir as crianças e a respeitar a autonomia delas. O resultado são comunidades das quais todos sentem que fazem parte e que devem proteger.
Além da Itália, A Cidade das Crianças está em mais de 200 endereços em vários países, entre eles o Brasil. O projeto também acontece na Espanha, no Líbano, na Turquia, na Argentina, no Uruguai, na Colômbia, no Peru, no Chile e no México.