Criança não é o futuro, é o presente 

Tem adulto falando sobre você e não com você? Mude! Criança tem voz, tem vez e precisa ser escutada para que as sociedades sejam melhores, defendem especialistas

Os adultos costumam achar que sabem o que é melhor para as crianças porque eles já viveram a infância, mas: 

Só sabe o que é ser criança em 2022 quem é criança em 2022. 

O olhar do adulto tem saudade de um tempo que não existe mais, uma saudade que influencia a forma como ele vive o mundo atual. 

E o mundo precisa de menos adultos no centro e de mais gente a favor da cultura das infâncias. Precisamos de mais infancialistas. Essas ideias são da psicóloga Juliana Prates, doutora em estudos da criança e professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia. Juliana diz mais:

Juliana Prates, psicóloga

São as crianças de hoje que devem estar no centro de todos os debates sobre as infâncias. Crianças que passaram mais da metade da vida em uma pandemia”. 

Do miolinho dessas conversas, meninas e meninos como você estão dizendo: “Nós não somos o futuro, somos o presente”. O tempo que cada um tem para viver a primeira infância (de 0 a 6 anos) ou a primeiríssima infância (de 0 a 3 anos) é hoje. E esse tempo, defende Juliana, deve ser pensado com os pequenos. “As crianças nos ajudam a construir uma utopia” diz a pesquisadora.

💡 Sabe o que é uma utopia? É um lugar imaginário e fantástico, onde todas as pessoas são felizes e se respeitam. 

Coordenadora do projeto Crianças na Ufba, que aproveita o espaço da universidade para que meninas e meninos vindos de todos os lugares possam brincar, Juliana vê as crianças como ótimas cientistas sociais. Segundo ela, esses cientistas são capazes de denunciar o óbvio, que é aquilo que está na cara, mas que alguns adultos esquecem ou fazem de conta que esqueceram. 

Para um adulto, desejar que o presidente do Brasil garanta que todos os brasileiros vão fazer três refeições por dia parece impossível. Em nosso país, 33 milhões de pessoas estão com fome. Já para uma criança, desejar que todo mundo se alimente é o primeiro passo para isso acontecer. Juliana ensina: “Temos muito o que aprender com as crianças”. 

Ilana Katz, psicanalista

Mas, afinal de contas, quem são as crianças e o que são as infâncias? As crianças hoje são sujeitos de direitos, o que significa dizer que são cidadãs. Nem sempre foi assim, conta a psicanalista Ilana Katz, que pesquisa infâncias. Psicanalista é uma pessoa que trabalha escutando pessoas e pensando a vida com elas, para tentar transformar o que faz a gente sofrer. Ilana explica que houve um tempo em que as crianças eram vistas como adultos em miniatura e a infância era apenas uma parte da vida humana, assim como a fase adulta e a velhice. 

Doutora e pós-doutora pela Universidade de São Paulo, Ilana analisa: “Quando passamos a ver as crianças como cidadãs, entendemos que infâncias são plurais, determinadas por diferentes culturas e por diversos marcadores, seja raça, classe, gênero ou deficiência”. Em outras palavras: ser branco é diferente de ser negro; ser rico é diferente de ser pobre, ser menina é diferente de ser menino, ser criança atípica é diferente de não ser e essa diferença está no jeito que cada uma é e vive.

Já os direitos, esses sim, são os mesmos. Mas, para que todas as crianças tenham acesso a eles e participem da sociedade, é preciso haver políticas de equidade, diz Ilana. Equidade não é igualdade. Ninguém é igual a ninguém, nem mesmo irmãos gêmeos. Na equidade, as crianças são respeitadas justamente nas suas diferenças. Quando há equidade, ensina Ilana, diferentes experiências de infância podem acessar os seus direitos.  

Encontro com o outro

Ainda que não tivesse escutado uma linha sobre ser criança, você saberia o que dizer. Cada menina ou menino falaria do seu jeito, com palavras, com desenhos ou na linguagem universal das infâncias, que é a brincadeira. Criança conhece criança, são os adultos que precisam dessa aula. Mas, e sobre política, o que você sabe?

A política é a experiência do encontro com o outro”, diz a psicanalista Ilana Katz.

Por isso, ela está sempre acontecendo. É política quando você organiza seus brinquedos em casa, quando faz combinados na escola, quando entra na fila do escorrega no parque ou quando toma vacina no posto de saúde. Tem também outra parte desse assunto, que envolve os partidos, os prefeitos, o presidente, a urna eletrônica, as manifestações, as leis e o funcionamento do país. 

Não importa, porém, se estamos falando da bagunça no seu quarto ou de secretários que desviam o dinheiro da merenda. Ilana explica que a política está em tudo o que fazemos, e pensar sobre ela nos ajuda a entender como o poder está distribuído na sociedade. 

Tem adulto que acha que esse assunto não é para criança. Tem adulto que acha até que pode existir educação sem política e chegaram a inventar um movimento para isso, a Escola Sem Partido. Mas sabe quem não quer que você saiba sobre política? Quem não quer que as coisas mudem. Ter consciência política é saber que você tem o direito de criticar e de querer mudar.

“Tratar política como coisa suja é a maior sujeira!”, diz a pesquisadora. 

Quando você encontrar adultos dizendo que políticos são todos vilões e que não se pode confiar em nenhum, desconfie mesmo, mas desses adultos. É que não dá para generalizar, explica a psicóloga Beatriz Corsino Pérez, professora da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Há políticos que botam crianças no colo só para tirar fotos e parecer que se importam com elas, e políticos que governam com a ajuda dos pequenos.

Beatriz Corsino Pérez, professora

No Brasil, essa segunda categoria ainda é menor, mas esse é o caminho – promover debates com crianças e incentivar a participação delas. Falta a gente tornar a ação política das crianças uma prática cotidiana”, defende Beatriz.

Para essa psicóloga, os Planos Municipais pela Primeira Infância têm feito as prefeituras de diversas cidades do Brasil repensarem a participação de meninas e meninos pequenos na elaboração de políticas públicas. O Plano Municipal pela Primeira Infância (PMPI) é um documento criado para atender os direitos de crianças entre 0 e 6 anos em todas as cidades brasileiras. Cada cidade tem o seu.  

E quem faz o PMPI? Muita gente, explica Beatriz. Esse é um trabalho intersetorial, ou seja, vários setores dos governos e da sociedade estão envolvidos, e os adultos que cuidam disso têm a obrigação de convidar as crianças para participar. Afinal, será um plano sobre crianças, certo? Isso está previsto no Marco Legal Pela Primeira Infância, aprovado em 2016.

Atualmente, Beatriz está envolvida com a criação do Plano Municipal pela Primeira Infância na cidade de Campos dos Goytacazes e, para isso, está escutando as crianças. A pesquisadora já conversou com cerca de 300 meninas e meninos nesta cidade do Rio de Janeiro. Ela comenta: “Para muitos adultos, é um desafio grande escutar crianças pequenas Mas o fato de terem que produzir este documento os leva a fazer um esforço nesse sentido, por mais difícil que seja”. 

Cidadãs na prática

Garantir que as crianças participem da política faz com que elas aprendam sobre a democracia, sistema em que a maioria escolhe, pelo voto, quem vai governar, explica Juliana Prates.

“E a gente não ensina a democracia sem vivê-la. Quando as crianças estão, desde cedo, participando dessa construção coletiva, elas estão aprendendo na prática”, diz a educadora.     

Se você pode conversar em casa e na escola sobre direitos e deveres e também sobre a história do país e porque as coisas estão do jeito que estão, você está experimentando o que Juliana chama de participação informada. É o contrário de uma participação de mentirinha, quando tudo é “conversa só de adulto”, e a criança até pode dizer o que pensa, mas não faz a menor diferença. 

Isso não quer dizer que, de agora em diante, só a opinião das crianças vai ser considerada, explica a psicóloga Beatriz Corsino Pérez. Já pensou dizer que não quer mais ir à escola, que só vai comer doces e dormir de madrugada?

Temos que conversar e escutar. Às vezes, na tentativa de proteger, o adulto acaba limitando a participação das crianças, falando em nome delas e tornando os seus pensamentos invisíveis”, explica Beatriz. 

Você sabe que uma vida sem escola, cheia de chocolate e sem o sono adequado não faz bem para a saúde, não sabe? Mas, diga aí: é bem melhor poder conversar sobre isso em vez de ouvir um “não” e pronto. A psicóloga Juliana Prates conta que os adultos ainda têm muitas dúvidas sobre proteção e participação de crianças. Como consultora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal para o “Nenê do Zap”, Juliana tem trabalhado isso: falar sobre temas difíceis. 

Neste projeto feito em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), um bebê virtual, nascido no começo da pandemia, conversa com famílias e cuidadores. O bebê Nelson Neto, que já tem dois anos, mostra que as brincadeiras e as relações com outras crianças e adultos são importantes para que as meninas e meninos se desenvolvam com saúde. 

Proteger uma criança não é deixar de conversar com ela, mas o contrário. Isso que alguns adultos chamam de proteção é tutela, explica Juliana, que é quando tiram de você o direito de decidir. Quem governa, às vezes usa essa desculpa. Um exemplo: até 1932, as mulheres não podiam votar no Brasil. Os homens diziam que precisavam proteger as mulheres porque elas não sabiam escolher o que era melhor para elas.

Sabe o que eles não queriam mesmo? Dividir o poder. 😲

Hoje, o país tem mais mulheres escolhendo quem vai governar, mas ainda tem menos mulheres governando. Sejam eleitoras ou eleitores, candidatas ou candidatos, os adultos que cuidam de crianças não podem separar proteção de participação, diz a especialista.

Quanto mais a criança participa de tudo o que diz respeito a ela, mais estará protegida e esse é um direito que precisamos garantir”. 

Para a psicanalista Ilana Katz, participar da vida pública é uma experiência bem mais ampla do que opinar. É fazer parte da sociedade em condições justas. A participação de crianças, ela avalia, é totalmente diferente da dos adultos, e isso não é um problema. “É tão problemático achar que as crianças não sabem nada quanto achar que elas sabem tudo. Viver com os outros tem a ver com sustentar espaços de não saber e de cooperação”. 

Da desigualdade à revolução

Quando a gente estuda história do Brasil, entendemos que, infelizmente, há crianças com as quais o país se importa e outras, não. As infâncias são diferentes, mas muitos adultos ainda não conseguem aceitar isso, e pior, dizem que há crianças melhores do que outras.

Então, em vez de sermos o país da diversidade, somos um país das desigualdades. 💔

“O Brasil que define a infância como prioridade absoluta é o mesmo que apaga a história e os direitos de crianças nas favelas, nos quilombos e com deficiência”, critica a psicóloga Ilana Katz.

Para resistir a isso, a política pode ter um sentido mais profundo quando as crianças têm que lidar, desde cedo, com direitos ameaçados, explica a pesquisadora Beatriz Corsino Pérez. 

Em alguns territórios, meninas e meninos vivem a política desde a barriga da mãe. Quando nascem, ainda bebês, participam de assembleias e de manifestações. As escolas são espaços de aula e também de encontros, onde crianças e adultos conversam, conta Beatriz. No Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, as crianças se organizam como Sem Terrinha

A luta é pelo direito de uma vida digna no campo. Os Sem Terrinha, explica a pesquisadora, veem o mundo de forma mais consciente. As crianças aprendem sobre agroecologia, uma forma de plantar e colher que as aproxima da sabedoria dos povos originários do Brasil. “Elas aprendem ouvindo os mais velhos”. 

A educação pode e deve ter esse papel, de inventar, junto com as crianças, o lugar de vivenciar a democracia, diz a psicóloga Juliana Prates.

🎓 E as crianças não precisam estar alfabetizadas para participar da construção dos seus modos de vida, ou seja, daquilo que importa, defende a especialista. Cada menina ou menino traz a sua linguagem.

“A escola tinha que ser o primeiro lugar na garantia desses direitos”, acredita Juliana. 

Mas, para isso, é preciso que a escola seja revolucionária e não reacionária. As duas palavras têm o mesmo som, mas sentidos totalmente diferentes. Ser revolucionária é mudar as coisas de forma radical e ser reacionária é não gostar da democracia. A pesquisadora deixa uma pista: “Para uma escola se dizer infancialista, vai ter que entender o tempo da criança e respeitar seus muitos modos de estar no mundo”. 

Se elevar até as crianças

É preciso olhar com cuidado para as crianças que, de um jeito diferente dos adultos, vivem em um mundo cheio de brincadeira e de imaginação, observa a educadora Ana Claudia Arruda, coordenadora de Educação e Cultura da Infância do Instituto Alana. O Alana é uma organização da sociedade que tem a missão de honrar as infâncias. 

Para entrar nesse universo sensível, Ana Cláudia conta que é preciso fazer o que ensinou o pediatra polonês Janusz Korczak: se abaixar à altura da criança para se elevar até onde ela está. “No sentido de que é muito grande o lugar de onde a criança olha a vida, ela ainda consegue ver esperança”.  

Ana Cláudia defende que temas complexos, como a política, alcançam a criança no corpo, nos sentimentos, nas ideias e nos sonhos, mas isso precisa chegar até elas de uma forma que faça sentido. “É importante que a criança se sinta parte dos temas da vida, mas isso deve ser feito respeitando o seu universo e as suas linguagens. A criança não precisa sair desse lugar para entrar em uma lógica adulta, mas o contrário. Nós, adultos, temos que entrar no mundo onde as crianças vivem para escutá-las”. 

Essa não é uma coisa fácil de fazer.

Ana Cláudia ensina que é um exercício para o adulto e que não basta simplesmente parar e escutar. Para a educadora, é possível garantir o direito das crianças à participação política sem que as crianças tenham que viver a lógica do adulto. 

Para a representante do Instituto Alana, os adultos devem estar atentos nessa colocação da criança, especialmente de crianças bem pequenas e de bebês, nas instâncias de decisão. Se as vivências não fizerem sentido para as crianças, ela alerta, podem acabar criando mais situações de imitação do que de participação.

“A meu ver, ganhamos mais quando criamos espaços de escuta que respeitem o jeito de ser de cada criança”. 

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